O que se sabe sobre o apagão na Europa: Um apagão generalizado atingiu Espanha, Portugal e partes da França e da Alemanha nesta segunda-feira (28/04). Os relatos começaram por volta de meio-dia no horário local (7h em Brasília).
Espanha e Portugal foram os maiores atingidos
Sete horas após a queda de energia, a operadora de rede espanhola afirmou que 45% das subestações da rede de transmissão haviam sido recuperadas. Por causa da falta de luz, vários serviços foram interrompidos; aeroportos e estações de trem foram afetados.
- Aeroportos e estações de trem nos dois países foram afetados pelo apagão. As empresas de transporte relatam atrasos e operações limitadas;
- As telecomunicações também sofreram interrupções. Há problemas generalizados para chamadas de voz. O serviço de mensagens WhatsApp opera em velocidade reduzida. Caixas eletrônicos e sistemas de pagamentos ficaram indisponíveis;
- Há registros de engarrafamentos em grandes centros urbanos, como Madri, por falhas em semáforos.
Às 12h30 do horário de Brasília, cinco horas após o apagão, a operadora da rede elétrica espanhola informou que o fornecimento de energia havia sido regularizado “em áreas da Catalunha, Aragão, País Basco, Galícia, Astúrias, Navarra, Castela e Leão, Extremadura e Andaluzia”.
Não está claro o que causou a interrupção inicial, nem por que ela se espalhou de forma tão dramática, resultando em uma falha generalizada. Mas é notável que a Espanha esteja entre os líderes na implantação de geração eólica e solar, em um momento em que governos e operadores de rede em toda a Europa estão lidando com questões sobre resiliência, à medida que a energia renovável ocupa uma fatia cada vez maior da matriz energética da região.
Apagões anteriores
Colapsos de rede são extremamente raros, e os operadores geralmente fazem tudo o que podem para evitá-los, incluindo a implementação de cortes programados de energia para proteger o sistema. A última vez que ocorreu um apagão nessa escala na Europa foi em 2006, quando uma interrupção afetou 15 milhões de residências na Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.
Conexões frágeis
Outro ponto de vulnerabilidade para a Espanha é a falta de interconexões, ou seja, ela não possui muitos dos grandes cabos de energia que a conectem a países vizinhos. Essas linhas, que permitem importações e exportações de energia, são vistas na Europa como um meio de aumentar a segurança energética.
Para a Espanha, isso significa que, se houver excesso de energia, como em um dia ensolarado, existem poucas rotas para escoar essa energia da rede. E, se faltar energia, há poucas opções para que vizinhos ajudem.
Em Portugal
Em Portugal, a fornecedora E-Redes relatou que o blecaute é parte de “um problema europeu mais amplo” e que o caso já foi reportado ao Centro Nacional de Cibersegurança. As autoridades portuguesas pediram que a população redobre a atenção no trânsito, uma vez que semáforos foram afetados em várias cidades, como Lisboa e Porto. Apesar de ainda não haver uma causa oficial confirmada, autoridades espanholas e portuguesas investigam a possibilidade de um ciberataque.
O blecaute causou paralisações no metrô de Madri, Lisboa e Porto, além de cancelamentos de viagens de trem e congestionamentos devido à falha dos semáforos. Em Madri, o torneio de tênis ATP Masters 1000 foi interrompido em meio a partidas importantes, como a de Grigor Dimitrov contra Jacob Fearnley.
Nos aeroportos portugueses, os embarques foram realizados manualmente, com apoio de geradores. A empresa ANA, responsável pela operação dos aeroportos, confirmou que as decolagens e aterrissagens seguiram em Faro, Porto e Lisboa, embora com limitações na capital. Hospitais, universidades e outros serviços essenciais em Portugal também acionaram geradores para manter o funcionamento. Em Lisboa, a emissora SIC relatou que houve casos de pessoas presas em vagões de metrô devido à falta de energia. As operadoras elétricas seguem trabalhando para restabelecer totalmente o serviço.
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